contam os mais velhos, que o jumento e o cavalo murchavam os dentes, a língua e a boca para não relincharem, o boi murchava o chifre para não brigar, os donos de gado iam ao campo buscar suas rés para comerem sossegados nos cochos, tudo isso para os animais não~fazerem zuada para nõa incomodar nosso Senhor Jesus Cristo que estava na sua hora de agonia.
O Lavrador não ia mais para a roça. Em casa não se varria mais a casa e nem se juntava o lixo. Não se pilava mais arroz, café, coco babaçu e nem o gergilin para fazer o arroz de cuxá. Os pais não ralavam e nem batiam nos filhos.
Todo mundo ficava contrito, falando baixo, baixinho, para não incomodar o Nosso Senhor Jesus Cristo.
A alimentação era a base de peixe e a tarde as donas de casa preparavam os quitutes para a sexta-feira santa: bolo de milho, de massa, de trigo, tapioca, podre. Temperava os maricos e frutos do mar para no dia seguinte cosinhar e fritar peixe, camarão, sururu, arroz, cuxá, bobó, entre outras iguarias.