Lobato: biografia

José João Santos Lobato (1950), vive e trabalha em São Luís do Maranhão. 

Pintor, desenhista, gravador e ilustrador.

Formado pela Universidade Federal do Maranhão em Licenciatura em Desenho e Plástica, onde atualmente é professor do Departamento de Artes.

Abaixo, texto sobre a obra de Lobato do crítico e curador de arte maranhense Couto Corrêa Filho.

Ativo a partir da década de 70 do Século XX em São Luís. Iniciou sua produção como desenhista de retratos a crayon e grafite. Posteriormente passou a usar pena a nanquim como desenhos figurativos chegados ao expressionismo com os quais fez sua primeira individual na Galeria Eney Santana. Paralelamente desenvolveu estudos de pintura em aprendizado com Nagy Lajos. Com os trabalhos da série intitulados “Orgânico Erótico”, recebeu o primeiro prêmio do Salão de Arte FUNCMA, UFMA, FUNARTE de 1979. Desde então participou ativamente da via cultural da cidade, expondo freqüentemente nas galerias locais. Explorou, também, a pintura a óleo, aquarela e acrílico, passando por várias fases criativas. A partir de 1988, abordou o abstracionismo, inicialmente com linguagem informal, chegando gradualmente às formas geométricas nas suas pinturas.

Lobato, professor de Artes licenciado pela UFMA, impõe aos trabalhos mais recentes um diálogo entre a cor e o espaço, aspecto preponderante da poética de sua pintura. O contraste das cores visa estabelecer neste, uma relação estimulante com a percepção visual do espectador. O título “PAPAGAIADO” é somente uma alusão, servindo como ponto de partida para a imaginação do artista desenvolver as suas pinturas atuais.

Embora se reconhecendo o vínculo concretista presente na sua atual produção, Lobato organiza o espaço fictício a partir da ruptura e da interação entre a forma e a cor, esta que muitas vezes aparece interposta. O pintor contrapõe figuras geométricas, como o retângulo, para obter uma multigeometria da forma, provocando o aparecimento de outras figuras, como por exemplo: o triângulo, originado pela justaposição da cor.

Existe nesta pintura uma dinâmica peculiar gerada pela inter-relação da forma e da cor; entre a simultaneidade e a diferença que procriam multiformas, também levemente texturizadas e salpicadas de contrastantes efeitos.

Linha, forma e cor são os elementos que sedimentam e ordenam esta arte, cujas rupturas cromáticas e interações formais, propiciam, a quem a aprecia, sutis revelações visuais e estéticas.

Em outras circunstâncias, ele apenas contrapõe as formas geométricas em diferentes situações, dimensões e cores, para imprimir mais movimento à sua pintura. Com isto pretende provocar a percepção visual do espectador, em confronto com o espaço por ele criado.

Couto Corrêa Filho

 
Fonte: BEM. Arte do Maranhão: 1940/1990. São Luís (MA), 1994
Brisamar Hotel, Galeria Fernando P.

Sem Título. Mista sobre tela. 2005. Acervo Particular

Sem Título. Mista s/papel fabriano. 2003. Acervo Particular

Sem Título. Nanquim. 1984. Acervo Particular

Sem Título. Nanquim. 1983. Acervo Particular