Um poema da saudosa mestra e poetisa Ana Maria Saldanha Patello em homenagem ao dia do Professor. Eu fiz a leitura deste poema no Convento das Mercês no dia 15 de outubro de 1997, numa homenagem prestada pela Secretaria de Estado da Educação aos seus professores.
É percorrer maviosamente
O infinito azul
Distinguir o sol
A pincelar distraidamente
O arco-íris da vida ... da nossa existência
E vamos nós ...
Caminhando entre atalhos e estradas
Empunhando um estandarte
De fé e de esperança
Marchando nessas alamedas
Onde também tantas pessoas
Vão e vem ...
Temos em nossas mentes
Nítida a nossa jornada
De caminhar orientando
Aqui e acolá
Seres humanos ...
Dizendo em nossa pedagogia
Que o mundo é
Um patamar
Onde cada um escreve
A história de sua vida ...
Escrevo eu, escreve a criança
O jovem e o adulto
Que nos buscam
Para experimentarem avanços
Aprenderem a recuar para chegar ...
Para aumentarem os ganhos
Das diferentes lutas. É recuperar
As perdas dos grandes combates
Na velocidade extasiante
Dos campeões do viver ...
Somos nós, audazes cavaleiros
Que trilhando a jornada
Do educar
Sedimentamos a vida em
Luta, garra, persistência,
Obstinação, competência e compromisso
Fazendo com que cada jovem, cada ser
Sob nosso carinho experimente suas possibilidades e talentos
E faça de suas limitações
Um campo de liberação ...
Somos nós, junto com os educandos
Passageiros da mesma caminhada,
Que estimulamos, instigamos
O desenvolvimento do devir
Para o que é ...
Dar a bússola
Para chegar
Indicar o caminho para
Que o outro, encontre seu viver ...
Apresentamos, o conhecimento, as letras, as artes
O lazer, os esportes, a cultura
Para que se escreva a história ...
Cada geração, cada ser ...
Somos agentes do Fazer Pedagógico
Trazemos em nós a marca
Do trabalho, da luta e da fraternidade
Porque nosso viver é de construção
De levar em frente ... De ir ... De conduzir a ...
Não podemos errar nesse mister ...
Se tal acontecer, nosso erro é vivo
Vivo nas angústias, nas prisões, nas patologias,
Não podemos então permear
A desestimulação, a omissão, o conformismo
A destruição, a deslealdade, a fragilidade
A culpabilidade de não ser ...
Tão próprio dos fracassados ...
Somos aqueles profissionais
Outorgados para a transformação
Da vida
Pela força da criatividade
Da criticidade, dos contrários
Para leitura da realidade
Onde possamos atuar
No esplendor de um mundo
Onde as minorias tenham
Acesso a cidadania ...
Essa é a nossa bandeira de luta
De uma certeza luminosa
Que nosso existir, nessa perspectiva
É como a raiz
De uma árvore
Não vê os frutos que dá
Mas alimenta e sustenta
Essa é a nossa lida
Somos nesse momento histórico
Os professores do Maranhão
E haveremos de fazer
A grande virada na Educação
Para que tenhamos orientado
Uma geração de Campeões
Esta lição nos é dada
Pelo Mestre dos Mestres
Que só construiu o bem
E o mundo o condenou
Este Mestre que da tão grande
Lição é Jesus de Nazaré.
Ana Maria Saldanha Patello
São Luís, 15.10.1997
Nenhum comentário:
Postar um comentário