Santíssimo. Igreja da Sé. São Luís/MA.
O Sábado Santo é dia de silêncio e de pesar, porém vivido na expectativa da ressurreição do Senhor.
A Vigília Pascal faz resplandecer no horizonte da vida humana a recapitulação de todo o universo, em cristo. Noite gloriosa do Senhor, que dá dimensão e sentido à noite do Natal.
Senhor Morto. Igreja do Desterro. São Luís/MA.
Na Vigília Pascal, a Palavra de Deus ressoa no coração de toda a Igreja, mostrando aos fiéis como Deus é fiel no cumprimento de suas promessas. Entoa-se solenemente o Glória e o Aleluia em exultação pascal. O Círio Pascal é preparado, aceso e conduzido em rito processional dissipando as trevas da igreja apagada, lembrando-nos a coluna de fogo que Javé precedia na escuridão da noite do povo de Israel ao sair do Egito (Ex 13,21-22). Cristo é a luz do mundo, e quem o segue não anda nas trevas (Jo 8,12), esse é o simbolismo do Círio Pascal.
Círio Pascal. Igreja de São José. Guimarães/MA.
Liturgia da Luz e do Fogo
A Liturgia da Luz, inicia com a igreja apagada. Faz-se a bênção do fogo e a preparação do círio, enunciando "Cristo, ontem e hoje, Princípio e fim, Alfa e Ômega. A ele o tempo e a eternidade, a glória e o poder pelos séculos sem fim. Amém". Prega-se os grãos do incenso no Círio, como as cinco chagas e o sacerdote diz: "Por suas santas chaga, (1) suas chagas gloriosas (2), o Cristo Nosso Senhor (3) nos proteja (4) e nos guare. Amém (5)".
Acende-se então o Círio no fogo novo e o sacerdote diz: "A luz do Cristo que ressuscita resplandecente dissipe as trevas de nosso coração e de nossa gente". Eleva o Círio e com o canto "Eis a luz de Cristo", por três vezes, com a assembleia respondendo "Demos graças a Deus!", o círio e conduzido processionalmente pelo centro da igreja. Os fiéis podem ascender nele as suas velas.
Na terceira vez do canto, ascendem-se as luzes da igreja, e o Círio é então colocado no lugar próprio, onde vai ser incensado. Então, canta-se o Exultet, encerrando a Liturgia da luz, momento em que os fiéis apagam as suas velas.
Confessionário. Igreja de São Pedro. Gramado/RS.
Liturgia da Palavra da Vigília Pascal
Durante a Liturgia da Palavra da Vigília Pascal, nove leituras são realizadas, sendo sete do Antigo Testamento e duas do Novo. As do AT podem ser reduzidas a três, permanecendo as duas do NT, sendo que a terceira leitura do do AT não pode ser omitida, por tratar-se da saída do povo de Israel do Egito, libertação definitiva operada por Deus através de Jesus. Cada leitura é seguida de um responsório e de uma oração presidencial.
Encerradas as leituras do AT, entoa-se solenemente o Glória na harmonia do órgão e de instrumentos musicais. As velas do altar são acessas, revestindo a Igreja da alegria pascal. Faz-se a primeira leitura do NT (Rm 6,3-11), alusão ao neo-testamentário, a regeneração pelo Batismo, o homem novo, na expressão de São Paulo. Todos nós, sepultados com Cristo, pelo batismo, com Cristo ressuscitados. Logo após a leitura de São Paulo é cantado o Salmo aleluiática da ressurreição (Sl 118,117), entoa-se solenemente o tríplice Aleluia, proclamando, em seguida, o evangelho. Com a homília, encerra´se a segunda parte da liturgia.
Pia Batismal. Igreja da Sé. São Luís/Ma.
Liturgia Batismal
Nesta parte da liturgia, é realizada a renovação das promessas batismais de todo os fiéis, o batismo dos que foram preparados durante a Quaresma, e o batismo dos adultos.
Os batizandos são chamados pelo presidente e apresentados à assembléia, em seguida é cantada a Ladainha de Todos os Santos e realizada a benção da água batismal e a imersão (nossa morte com Cristo) e emersão (nossa ressurreição) do círio pascal na água batismal. Em seguida realiza-se os batizados, a renovação das promessas batismais e a aspersão da assembleia, encerrando-se assim a terceira parte da liturgia.
A Ladainha de Todos os Santos só é cantada ou rezada quando houver batismo ou benção da água batismal.
Sergio Ferro. Nature, Morte a la Colombe. Técnica Mista. Acervo Particular.
Liturgia Eucarística
A Liturgia Eucarística é a quarta e última parte da Vigília Pascal do Sábado Santo, celebrada pela última vez na noite da Quinta-Feira Santa, simbolizando a profecia de Cristo, segundo a qual ele só voltaria a celebrá-la no Banquete eterno do Reino do Pai (Lc 22,16).
O ritual se inicia com a preparação e apresentação das oferendas, já que toda a Liturgia da Palavra e ritos iniciais foram celebrados nas partes anteriores da Vigília Pascal.
É o rito da alegria pascal, com a Igreja enternecida com a luz do Cristo Ressuscitado, mergulhada no abismo de tão profundo mistério e envolvida com a missão redentora do seu Divino Mestre. É o homem novo, ressuscitado, gerado pela graça redentora de Cristo, capaz de reconstruir um mundo novo, alicerçado na paz, na justiça, no amor, na concórdia e na fraternidade.
A Eucaristia é partilha, comunhão e ação libertadora, sinal vivo do Cristo Ressuscitado.
Fonte: www.saovicentemartir.com.br/triduopascal.htm
Fotos: Renato Pereira
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