São Luís (MA), 18.12.1962.
Vive e trabalha em São Luís (MA).
Formação: Licenciatura em Educação Artística – UFMA.
Professor do Departamento de Artes da UFMA.
Fotógrafo, Documentarista e Cineasta.
Murilo Santos aos 15 anos ganha de presente dos pais uma pequena câmara fotográfica amadora que o leva a se interessar pela fotografia.
Na década de 1970 inicia suas experiências com cinema e fotografia, no Laboratório de Expressões Artísticas – LABORARTE, passando a trabalhar como fotógrafo do jornal O Imparcial e cinegrafista da Televisão Educativa do Maranhão – TVE e de produtores locais.
No mesmo período participa ativamente do movimento superoitista de São Luís produzindo curtas em película super-oito, com os quais participa ativamente de festivais em diferentes regiões do Brasil. Sendo deste período o premiado curta Pregoeiros de São Luís, com o qual ganha o primeiro prêmio do III Festival Nacional de Cinema (FENACA), realizado na cidade de Aracaju/SE, além das Menções Honrosas de melhor trilha sonora (Josias Sobrinho) e melhor direção (Murilo Santos). Os Pregoeiros de São Luís é um documentário sobre os vendedores ambulantes da capital do estado, primeiro filme maranhense a ser premiado nacionalmente, levando a estimular a formação e consolidação do Cineclube Uirá, núcleo original da criação do atual Festival Guarnicê de Cinema.
Durante toda a década de 1970, participa ativamente dos movimentos políticos, culturais e artísticos de São Luís, produzindo nas áreas de cinema, fotografia, teatro e artes plásticas.
Na segunda metade da década de 1970 realiza seus dois primeiros curtas na bitola 16 milímetros: Dança do Lelê e Tambor de Crioula.
No final de 1970 até 1985 trabalha na Comissão Pastoral da Terra documentando conflitos agrários, levando-o a realizar pesquisas antropológicas que resultam em filmes etnográficos entre os quais se destaca Bandeiras Verdes premiado em diversos festivais.
Realizou filmes em 16 mm e documentação fotográfica sobre questões sociais quando participou dos movimentos Pró Anistia, Comissão Pró Índio e Sociedade de Direitos Humanos.
De 1987 a 1992, trabalhou no CEDI-SP, atual Instituto Sócio Ambiental, executando vários trabalhos em foto e vídeo, documentários sobre a exploração madeireira, de ouro e demais questões indígenas e camponeses na Amazônia e outras regiões.
FILMOGRAFIA E PREMIAÇÕES:
2009 – Afinado a Fogo: o Tambor de Crioula revisitado. Documentário de 72 minutos sobre a manifestação popular Tambor de Crioula, Patrimônio Cultural Brasileiro, produzido pela Superintendência Regional do IPHAN-Maranhão.
2006 – O Crime da Ulen. Roteiro vencedor do concurso DOCTV III, 2006. Documentário de 52 minutos que reconstrói a imagem pública de José Ribamar Mendonça considerado um herói por ter assassinado em 1933, em São Luís do Maranhão, o norte-americano John Harold Kennedy contador da Ulen Company e suposto tio do presidente americano John Fritzgerald Kennedy.
2005 – O Massacre de Alto Alegre. Roteiro vencedor do concurso DOCTV II, 2004. Documentário de 55 minutos, gravado no Brasil e na Itália sobre o tradicional conflito interético entre o povo Tenetehara-Guajajara e os “brancos” na região de Barra do Corda no Maranhão e seus desdobramentos nos dias atuais.
2003 – Terra de Quilombo: uma dívida histórica. Documentário sobre a comunidade negra rural de Alcântara que discute a questão de ressemantização do termo quilombo. A questão histórica dessas comunidades, conflitos com a implantação da base espacial.
1999 – Salão de Beleza. Vídeo Clip dirigido em conjunto com Beto Matuck e Zeca Baleiro para música homônima de Zeca Baleiro. Melhor Vídeo Clip Maranhense no 22º Festival Guarnicê de Cine-Vídeo.
Homo com H. Vídeo de 1m. Melhor Vídeo Nacional no 22º Festival Guarnicê de Cine-Vídeo.
1998 – O Auto do Bumba Meu Boi. Documentário. Melhor Vídeo Maranhense pelo Júri Técnico do 21º Festival Guarnicê de Cine-Vídeo. O mesmo júri concede a Murilo Santos o Troféu São Luís como reconhecimento aos relevantes trabalhos prestados ao Festival Guarnicê de Cine-Vídeo.
1997 – Divino de Alcântara. Documentário. Troféu Vídeo Escola e Melhor Vídeo Maranhense pelo Júri Popular no 20º Festival Guarnicê de Cine-Vídeo.
Diga não ao Abuso Sexual. Comercial. 9º Troféu Guarnicê para Comercial no 20º Festival Guarnicê de Cine-Vídeo.
1996 – Casa de Jorge. Vídeo de 1m. Troféu Guarnicê para Vídeo de 1 minuto no 19º Festival Guarnicê de Cine-Vídeo.
Ça Vá. Vídeo Clip. Para música homônima de Mano Borges. Troféu Guarnicê de Vídeo Clip no 19º Festival Guarnicê de Cine-Vídeo.
1995 – Marisa vai ao Cinema. Ficção. Direção conjunta com Ione Coelho. Quatro Melhores Vídeos pelo Júri Popular, Melhor Vídeo Maranhense pelo Júri Técnico, Melhor Vídeo Maranhense, Troféu Vídeo Escola Maranhão, Melhor Argumento (Murilo Santos), Melhor Atriz (Ione Coelho) e Prêmio Incentivo Itaú para Vídeo no 18º Festival Guarnicê de Cine-Vídeo.
1993 – Araweté. Documentário. Quatro Melhores Vídeos pelo Júri Popular, Troféu Jangada para Vídeo e Troféu Vídeo Escola Nacional no 16º Festival Guarnicê de Cine-Vídeo.
1991 – Ninguém Come Carvão. Documentário. Direção conjunta com Vicente Carelli. Bloco dos Quatro Melhores Vídeos Maranhenses pelo Júri Técnico no 14º Festival Guarnicê de Cine-Vídeo.
1988 – Bandeiras Verdes. Documentário. Quatro Melhores Filmes pelo Júri Técnico e Popular, Melhor Fotografia (Murilo Santos e Rafael Issa), Melhor Trilha Sonora (Joaquim Santos), Troféu Macunaíma para Melhor Filme (CNC) e Troféu Jangada para Melhor Filme (OCIC) da 11º Jornada de Cinema e Vídeo no Maranhão.
Três vezes Violência. Melhor Direção (Murilo Santos) na 11º Jornada de Cinema e Vídeo no Maranhão.
1986 – Na Terra de Caboré. Documentário. Quatro Melhores Filmes Júri Técnico e Melhor Filme Realizado por Maranhense e Melhor Filme na 9º Jornada de Cinema e Vídeo no Maranhão.
Quem Matou Elias Zi? Documentário. Melhores Filmes Júri Popular, Melhor Trilha Sonora (Joaquim Santos) Melhor Direção e Melhor Letreiro (Murilo Santos) na 9º Jornada de Cinema e Vídeo no Maranhão.
1979 – Os Independentes. Documentário em 16mm (incompleto). Aborda a crise interna entre os integrantes conservadores e novatos da Escola de Samba Turma do Quinto.
A Peleja Contra o Homem Que Queria Ser Dono do Mundo. Desenho Animado em 16mm. Em uma assembléia geral lavradores protestam contra o assassinato de um líder sindical do município de Bom Jardim, em virtude da grilagem reinante no Estado.
1978 – O Poeta Gonçalves Dias. Direção em conjunto com José Filho. Filme literário em Super 8mm sobre o poeta Gonçalves Dias com argumento e roteiro de Sabina Dias Carneiro.
Tambor de Crioula. Documentário em 16mm.
A Festa de Santa Teresa. Documentário em 16mm. Melhor Filme Folclórico no V Festival Nacional de Cinema/FENACA, em Aracaju-SE.
Prêmio de Menção Honrosa pela montagem dos filmes Colonos Clandestinos de Euclides Moreira Neto, Reisado de Raimundo Nonato Medeiros da Silva e Dia-a-Dia e Pão Amassado de João Mendes Sampaio na na IIº Jornada Maranhense de Super 8mm.
1977 – A Dança do Lelê. Documentário em 16mm sobre a dança, também, conhecida como Péla-Porco.
A Festa de Santa Teresa. Documentário em 16mm sobre manifestação da cultura popular realizada no município de Alcântara.
1976 – Zangaria. Documentário em Super 8mm. Inédito.
1975 – Os Pregoeiros de São Luís. Documentário em Super 8mm sobre os vendedores ambulantes da capital maranhense. Primeiro Prêmio do II Festival Nacional de Cinema/FENACA, em Aracaju-SE e Menções Honrosas de Melhor Trilha Sonora (Josias Sobrinho) e Melhor Direção (Murilo Santos) no mesmo festival.
1974 – Maré Memória I. Documentário em Super 8mm.
Folclore de Buriti Bravo. Documentário em Super 8mm.
Maré Memória II. Ficção em Super 8mm.
Um Boêmio no Céu. Ficção (incompleto) em Super 8mm.
Adão e Eva. Ficção em Super 8mm.
1973 – A Festa do Divino. Documentário em Super 8mm sobre esta manifestação da cultura popular realizada no município de Alcântara.
Fonte: Carvalho, Graça de Fátima Pires de Carvalho. Evolução Histórica dos Festivais de Cinema e Vídeo no Maranhão: Festival Guarnicê de Cinema. São Luís: Imprensa Universitária, 2002.
Moreira Neto, Euclides. O Cinema dos anos 70 no Maranhão. São Luís: DAC/PREXAE/UFMA, 1990.
Catálogo da exposição Somos Índios, 2009.
É UM VERDADEIRO ARTISTA QUE SE DEDICA A ARTE DE CINEASTA E DOCUMENTARISTA DA CULTURA MARANHENSE.
ResponderExcluirParabéns Professor Murilo! És um grande profissional e tens uma grande sensibilidade nos seus trabalhos.
ResponderExcluirPARABÉNS MURA..... Essa minha maneira de ser e ver as coisas eram congruentes com a prática de produzir e fazer filmes documentários sugeridos pelo fotógrafo e cineasta José Murilo dos Santos (hoje professor da UFMA). Murilo Santos, que era também integrante do Grupo LABORARTE (Laboratório de Expressões Artísticas) , havia feito no ano de 1975, um filme documentário, produzido pela CEAC/PREXAE/UFMA, denominado “Os Pregoeiros de São Luís”, que conquistou o primeiro lugar no terceiro FENACA (Festival Nacional de Cinema de Aracajú). (...) Essa nossa visão voltada para escolher temas sociais foi muito incentivada pelo fotoógrafo Murilo Santos (que, na època, era casado com a professora e antropóloga Maristela de Paula Andrade, a qual também ajudou muito a fundamentar a necessidade de se questionar os problemas sociopolíticos daquele momento). Filho de um fotógrafo português (já falecido), Murilo Santos já tinha uma experiência relevante com o audiovisual, era considerado pelos seus seguidores uma espécie de “Professor Pardal”, que, diante das dificuldades técnicas e a inexistência de laboratórios especializados na nossa região, produzia engenhocas fantásticas para suprir essa deficiência.
ResponderExcluirLembro-me de que Murilo inventava suportes técnicos como gruas, tripés, câmeras escuras, microfones direcionais ou multidirecionais, filtros e iluminação especial para viabilizar a filmagem ou gravação de depoimentos que mais tarde seriam utilizados nas montagens dos filmes. Enfim a técnica naquele momento para filmar ou captar sons em São Luís era tarefa sobretudo artesanal – os recursos eram escassos ou inexistentes para se filmar em 16 ou 35 mm.